A Secretaria de Cultura prepara um ‘Café Literário’ especial neste mês, comemorativo do Dia do Ferroviário, 30 de abril. Por isso, o projeto vai acontecer excepcionalmente nesta terça-feira (30), às 19h, no Solar dos Mellos – Museu da Cidade de Macaé. Será uma oportunidade para que jovens nascidos em Macaé e para pessoas que escolheram o município para viver conheçam um pouco da história dos trilhos que cortam a cidade sobre os quais, certamente, já atravessaram.
Uma Roda de Conversa com a participação de ferroviários aposentados em Macaé está na programação. Além da “contação de causos”, um estande para mostra provisória fotográfica, bibliografia e de peças do acervo ferroviário será montado nos jardins do museu. Estandes de gastronomia e o tradicional sarau de poesia também estão confirmados. O sarau, coordenado pelo produtor do encontro de poesia, ‘Língua do P’, Gerson Dudus, terá a participação deste e de outros grupos literários da cidade e ainda de estudantes do Ensino Médio.
"Vai ser um ‘Café Literário’ muito especial. Vamos unir gerações para informar aos mais jovens e para prestigiar quem é parte da história de Macaé, com “causos” e poesia. Estão todos convidados", disse a diretora do museu, Viviane Chaves.
Histórias nos trilhos
A história dos trilhos que marcam a cidade é dividida em quatro períodos: a da Estrada de Ferro Macaé a Campos (1873-1890), a da compra pela Estrada de Ferro Leopoldina (1890-1975), a da aquisição pela sociedade de economia mista integrante da Administração Indireta do Governo, a Ferrovia Centro Atlântica S/A, mais conhecida como FCA (1975-1996) e o período no qual está inativa, de 1996 até os dias atuais.
Ainda no seu primeiro período, a E.F. Macaé-Campos fazia a ligação entre o Porto de Imbetiba, que era o quinto em movimentação de carga do país, a Niterói, para escoamento de toda a produção agrícola da região Centro-Norte Fluminense. A inauguração da ferrovia, de maior rapidez e menor custo de operação, conduziu ao rápido declínio da importância do canal Campos-Macaé, que entrou em decadência.
No segundo período, as linhas interligadas já alcançavam o porto do Rio de Janeiro. Da Estação Conde de Araruama, em Macaé, saiam outros dois ramais, além do para Imbetiba: um no sentido de Rio das Ostras e outro para o distrito serrano de Glicério. Até o início dos anos 1980, trens de passageiros vindos do Rio de Janeiro e de Niterói utilizavam a ferrovia. Durante a última fase, alguns cargueiros ocupavam o pátio da estação macaense, cujo prédio foi inaugurado pelo Presidente Juscelino Kubitscheck, em 1957.
Para apresentar mais histórias que se entrelaçam aos trilhos, os portões do Solar dos Mellos, localizado na Rua Conde de Araruama, 248, no Centro, estarão abertos. A entrada é franca e não é necessária inscrição prévia para participar deste Café Literário. O evento está sujeito a cancelamento, caso se confirme a previsão de chuva.
* Comunicação Macaé/Jornalista: Andréa Lisboa/Foto: Rui Porto Filho.
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