“Cine na Serra” sobe a região serrana de Macaé para levar audiovisual e memória histórica à população

Com sessões gratuitas e distribuição de pipoca inclusa, projeto itinerante promove exibições gratuitas e resgate da memória histórica do Norte Fluminense

Foto arte: Divulgação

Com o intuito de resgatar e divulgar a história local por meio do audiovisual, o projeto “Cine na Serra” leva produções audiovisuais a comunidades afastadas do centro econômico do município, contribuindo para o acesso à cultura e promovendo o resgate da memória regional. Com estrutura itinerante — incluindo telão, som, projeção e distribuição gratuita de pipoca e refrigerante — a primeira exibição acontece nesta terça-feira, (29), às 18h30, na quadra do Colégio Municipal Pedro Adami, em Córrego do Ouro, exclusivo para estudantes da região serrana. Em seguida, no dia 17 de Maio, às 18h30, no Polo Cultural Cria Sana, gratuito e aberto ao público, também incluindo pipoca gratuitamente.

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Produzido por Ana Clara Silveira (ACS Produções) em parceria com a Outrar Produções, o projeto estimula debates sobre o patrimônio cultural e a preservação da memória. Para Marcelo Fonseca, produtor executivo do projeto, a ação ultrapassa o entretenimento e se firma como um instrumento de educação e pertencimento. “A exibição do documentário não apenas resgata a memória desses personagens, mas também incentiva a comunidade a refletir sobre seu papel na preservação da história local. Mais do que entretenimento, o projeto propõe um compromisso com a educação, despertando um novo olhar sobre o passado e suas influências no presente.”

Na primeira edição, o cine na serra exibe o documentário “Vozes da Independência”, que traz uma abordagem decolonial ao processo de Independência, centrando a narrativa nas resistências locais e nos personagens invisibilizados pela história oficial. O filme reúne depoimentos de estudiosos como a professora doutora Conceição Franco, o professor mestre Marcelo Abreu, o memorialista Rúben Pereira e a professora, memorialista e contadora de história quilombola Dalma dos Santos, do Memorial de Machadinha.

“Durante séculos, nossa história foi contada por uma perspectiva eurocêntrica. O Cine na Serra nasce da necessidade de dar visibilidade a outras narrativas, que sempre existiram, mas foram silenciadas. É um movimento de valorização da nossa própria história, da nossa gente, uma tentativa de materializar e resguardar as nossas memorias”, afirma Marcelo.

O documentário percorre por Macaé, Quissamã e Conceição de Macabu, apresentando figuras históricas como Carukango, importante líder quilombola da região, e os Goytacá, indígenas conhecidos pela resistência à colonização portuguesa. “Esses personagens deixam de ser apenas notas de rodapé para ocupar o lugar de destaque que merecem na memória nacional.”

Foto arte: Divulgação

Contemplado pela Lei Paulo Gustavo no município de Macaé, o Cine na Serra reafirma o cinema como ferramenta de transformação cultural e social, especialmente em territórios afastados do centro urbano.

* Texto: Jornalista Higor de Souza / assessor de imprensa