Aquecida a uma temperatura de 36 graus Celsius, a água do ofurô envolve o corpo delicadamente, proporcionando bem-estar imediato. Em meio aos aromas de um banho relaxante, lá se vão o estresse, o cansaço ou mesmo a dorzinha de cabeça em questão de minutos. O ofurô, assim como outras terapias originadas no Oriente, têm ganhado cada vez mais adeptos no Brasil. Algumas delas deixaram de ser práticas exóticas e cercadas de misticismo para se tornarem verdadeiras aliadas da alopatia na cura e prevenção de doenças.
A acupuntura, por exemplo, ganhou tamanha confiança no meio científico que, em 1995, após estudos e testes em laboratório, recebeu do Conselho Federal de Medicina o título de especialidade médica Em 1998, foi a vez de a Associação Médica Brasileira reconhecer a técnica. Para se ter uma idéia da popularidade do método chinês, só o ambulatório da Universidade Estadual Paulista (Unifesp) recebe 2,5 mil pacientes por mês em apenas quatro horas de atendimento diárias.
Outra terapia que tem interessado os médicos é a reflexologia. Segundo pesquisa da Unifesp, essa massagem feita em pontos dos pés ou das mãos apresentou bons resultados em gestantes que sofrem de pré-eclâmpsia, tipo de hipertensão que afeta mais de 6 milhões de grávidas no mundo. Segundo o estudo, a massagem fez com que a pressão, tanto sistólica como diastólica, baixasse.
Métodos terapêuticos como o yoga, massagem, reiki e meditação têm sido indicados tanto no tratamento de doenças quanto para obter uma qualidade de vida melhor. Confira, nesta reportagem, qual dessas práticas é a mais indicada para o seu caso.
Reiki
Acura pela energia universal, direcionada por meio das mãos. Certamente esse tipo de tratamento é um dos que mais podem despertar a desconfiança dos céticos, pois se fundamenta em algo além do físico, diferentemente de uma massagem ou sessão de acupuntura. No entanto, os adeptos garantem: o reiki, como é chamada a energia universal, cura de verdade, sejam problemas físicos, sejam emocionais. Doenças ou efeitos colaterais de tratamentos químicos podem ser curados ou amenizados. Depressão, estresse, ansiedade, resfriados, dores estomacais, câncer entre outras são alguns dos males que podem ser combatidos com a técnica.
Acupuntura
Unica técnica oriental reconhecida como prática médica no Brasil, a acupuntura vem ganhando adeptos, não só entre os pacientes, mas também os estudantes de Medicina. De acordo com o chefe do Setor de Medicina Chinesa Acupuntura do Departamento de Ortopedia e Traumatologia da Universidade Estadual Paulista (Unifesp) e presidente da Associação Médica Mundial de Acupuntura, Ysao Yamamura, o curso de especialização de acupuntura é um dos mais procurados.
O curso também é ministrado no Hospital das Clínicas de São Paulo e em universidades federais do Rio de Janeiro, Ceará, Piauí, Distrito Federal e Pernambuco. Segundo estimativas da Sociedade Médica Brasileira de Acupuntura, existem 5 mil médicos acupuntores no Brasil.
A procura é favorável, já que a demanda é maior que o número de profissionais habilitados para exercer a técnica. “Não conseguimos prestar atendimento a todos os pacientes”, afirma Yamamura. Exemplo disso é o ambulatório do setor do qual é chefe, que vive lotado. Na unidade de Pronto-atendimento do Hospital São Paulo, ligado à universidade, são 60 pacientes por dia, em nove horas de atendimento. A técnica foi disponibilizada pelo Sistema Único de Saúde (SUS) à população em 1988, dez anos antes dos convênios médicos e seguros de saúde.
Tida como um dos principais elementos da medicina chinesa há mais de 5 mil anos, a acupuntura emigrou para a Coreia, o Japão e, mais tarde, para o Ocidente. Isso originou algumas variações, mas a essência é a mesma. A técnica consiste em estimular pontos-chave (também chamados de pontos-reflexos) localizados nos meridianos, linhas verticais imaginárias que percorrem o corpo. Por meio desses estímulos, o sistema nervoso central produz substâncias, como as endorfinas, que agem como analgésicos, antiinflamatórios e antidepressivos. Para a medicina oriental, a cura das doenças e a eliminação dos sintomas se deveram ao equilíbrio de energia entre yin e yang promovido pela acupuntura.
Segundo Yamamura, a técnica mais completa é a chinesa, a mais utilizada pelos médicos. Há quem discorde. O médico acupunturista Tadamassa Yamada, presidente do Grupo Oriental, que mantém a Clínica e a Escola Oriental de Massagem e Acupuntura, defende a visão japonesa. Ele afirma que o objetivo não é tratar a dor, mas sim a causa do problema. Por isso, não é correto aplicar as agulhas no local da dor. “A acupuntura visa o tratamento energético e físico, e não apenas o tratamento de sintomas”, diz.
Além da acupuntura, são utilizados o moxabustão e a auriculoterapia, que aplicam o mesmo princípio de pontos- reflexos. No primeiro caso, o estímulo é feito com calor, e, no segundo, os pontos trabalhados estão todos concentrados na orelha. Também é utilizada a acupuntura com eletroestimulação, feita com um aparelho ligado às agulhas, as quais intensificam a ação. A utilização é tão ampla que inclui benefícios estéticos, como tratamento de rugas e emagrecimento. A melhora da circulação e a ativação do metabolismo agem como rejuvenescedor da pele e facilitam a eliminação de líquidos.
O ortopedista e acupunturista Wu Tu Chung foi pioneiro no uso do método no Hospital do Câncer. Lá o método é usado no alívio da dor dos pacientes, principalmente da pediatria, e diminuição dos efeitos colaterais da quimioterapia, com bons resultados. As crianças experimentam o tratamento aconselhado pelos médicos. “A acupuntura já superou a fase de placebo há tempos”, afirma Chung.
* https://madeinjapan.com.br/foto: Re,produção.
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