Após a exibição do curta-metragem, haverá roda de conversa sobre o tema
Foto arte; Reprodução internet
Em comemoração ao aniversário de 16 anos da Lei Maria da Penha (11.340, de 16 de agosto de 2006), o Curta no Museu, projeto do Solar dos Mellos - Museu da Cidade de Macaé, exibirá o filme 'Isália', de Marcelo Tosta, seguido de roda de conversa sobre o tema. O evento, que acontece na quarta-feira (31), às 19h, é uma realização da parceria entre a Secretaria de Cultura e a Secretaria de Políticas Públicas para as Mulheres.
Para o debate sobre a lei de defesa dos direitos das mulheres e do combate à violência física, psicológica, moral, sexual e patrimonial contra as mulheres, além do cineasta e escritor, Marcelo Tosta, estarão presentes a psicóloga Flávia Jorge Luz Amorim e a artesã Danusa Zimermann, que confecciona bonecas inspiradas na artista e militante feminista mexicana, Frida Kahlo.
O curta-metragem ‘Isália’ se apropria do discurso poético, uma das marcas de Marcelo Tosta, para representar os conflitos internos de uma personagem essencialmente brasileira que verbaliza os seus pensamentos com a força de um impulso. O filme trata de conflitos que envolvem os lugares sociais, o machismo, o feminismo e a rebeldia diante de comportamentos padrões.
Marcelo Tosta, que em junho lançou em Macaé seu livro “Por enquanto nunca mais”, falou do filme e ressaltou que o papel fundamental da arte é tocar o espectador, provocando reflexões.
"O feminino em mim sempre foi algo absolutamente sagrado e, por isso, também sagrado diante das mazelas do que é crescer numa sociedade machista e patriarcal, ainda mais numa realidade rural, numa cidade completamente construída na arquitetura fria e colonialista. (...) Através dos meus trabalhos eu procuro exatamente não permitir e nem aceitar que o silenciamento continue acontecendo para toda mulher e qualquer outra pessoa. Que não cale sua indignação diante dos abusos recorrentes diante dessa tabela existencial agressiva e opressora".
O diretor completa: "Poder exibir 'Isália, refletindo sobre a lei Maria da Penha, é poder, acima de tudo, ratificar o direito de todos diante do valor de suas próprias subjetividades e fisicalidades, que não podem e não devem ser esmagadas por essas violências. (...) 'Isália' me pedia para vir e falar, eu fui instrumento como artista, que compreende a arte como ponte de travessia e não de puro “entretenimento”.
A secretária de Políticas Públicas para as Mulheres, Jane Roriz, lembra que este mês é dedicado à conscientização pelo fim da violência contra a mulher em todo país, o Agosto Lilás.
"A ideia é trazer a discussão sobre o tema também pelo viés da cultura. O cinema tem abordado a questão da violência contra a mulher em diversos aspectos e nada mais simbólico que encerrarmos o mês promovendo um debate e levando informações necessárias sobre a Lei Maria da Penha e as formas de combate à violência contra a mulher. A nossa programação foi extensa. Que as mulheres tenham coragem de romper com esse ciclo e buscar seus direitos", reforçou.
A diretora do Solar dos Mellos, Patrícia Barboza, salientou a importância do aniversário da Lei Maria da Penha.
"Apesar da lei já ter anos de existência, é triste constatarmos, através de dados estatísticos, que ainda há falta de informação, ainda existe mulher sendo violentada moralmente e fisicamente, até chegar a homicídios, por não ter informação, por medo. Lembrar deste aniversário, é lembrar que temos que estar atentas e vigilantes. E o Curta no Museu não poderia deixar de estar junto da Secretaria de Políticas Públicas para as Mulheres, abraçando a causa e trazendo esta reflexão", disse.
"É uma felicidade usarmos o audiovisual regional para levantarmos temas relevantes para a sociedade. Uma das propostas desta arte é educar a sociedade. No aniversário da Lei Maria da Penha, o filme 'Isália' provocará debates e reflexões", disse o produtor cultural do Curta no Museu, Hélder Santana.
* Jornalista: Andréa Lisboa \ Prefeitura de Macaé \ Secretaria de Comunicação Social
Coordenadoria de Jornalismo
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