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Foto do escritorJornal Esporte e Saúde

Depressão: sintomas, diagnóstico, tratamentos e tipos

O que é Depressão?


A depressão é uma doença psiquiátrica que gera tristeza profunda, perda de interesse, ausência de ânimo e oscilações de humor. Muitas vezes é confundida com ansiedade e pode levar a pensamentos suicidas. Assim, é essencial diagnosticar a doença e iniciar acompanhamento médico.


A doença atinge mais de 300 milhões de pessoas de todas as idades no mundo, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS). No Brasil, a estimativa é que 5,8% da população seja afetada pela doença.


Relação entre tristeza e depressão


Há uma grande diferença entre tristeza e depressão. A tristeza pode ocorrer desencadeada por algum fato do cotidiano, em que a pessoa realmente sofre com aquilo até assimilar o que está acontecendo e geralmente não dura mais do que quinze a vinte dias.


Por sua vez, a depressão se instala e se não for tratada pode piorar e passar por três estágios: leve (CID 10 F33.0), moderada (CID 10 - F33.1) e grave (CID F33.2).


A depressão em nível leve geralmente pode ser controlada sem medicamentos, sendo tratada com terapia e exercícios físicos, por exemplo.


Já os níveis moderado e grave têm o auxílio de medicamentos para amenizar os sintomas da depressão, além da terapia e outras opções para melhorar a qualidade de vida do paciente, prescritas por psicólogos e psiquiatras.


Diferença entre ansiedade e depressão


Muitas vezes, a depressão e ansiedade estão intimamente ligadas. Os sintomas se associam, e potencializam o mal-estar. Para entender mais sobre o assunto, leia sobre o momento que os dois distúrbios se associam e o que fazer nessas situações.


Teste de depressão


O diagnóstico da depressão deve ser feito por um especialista. Entretanto, é possível reconhecer alguns sintomas em si mesmo, para saber se está na hora de buscar ajuda médica.


Confira nosso teste de sintomas de depressão, em que você pode verificar seus conhecimentos sobre a doença e refletir se está experienciando sinais que indicam a existência do distúrbio emocional.


Sintomas de Depressão


Sintomas da depressão: emocionais

Geralmente a pessoa pode apresentar dois ou mais dos seguintes sintomas:


* Apatia

* Falta de motivação

* Medos que antes não existiam

* Dificuldade de concentração

* Perda ou aumento de apetite

* Alto grau de pessimismo

* Indecisão

* Insegurança

* Insônia

* Falta de vontade de fazer atividades antes prazerosas

* Sensação de vazio

* Irritabilidade

* Raciocínio mais lento

* Esquecimento

* Ansiedade

* Angústia

*Vontade de morrer


Estes são alguns dos indícios da depressão. Mas, se houver dúvida, procure um especialista para ter um diagnóstico e tratamento corretos. Não tenha medo ou vergonha de expressar o que realmente está sentindo e vivenciando, pois esses profissionais irão se basear nestes dados para prescreverem o melhor tratamento e, a partir daí, você voltará a ter qualidade de vida, com alegria e bem-estar.




Sintomas da depressão: físicos


Além dos sintomas emocionais, a depressão também dá sinais físicos. Entre eles:


* Dores de barriga

* Má digestão

* Azia

* Constipação

* Flatulência

* Tensão na nuca e nos ombros

* Dores de cabeça

* Dores no corpo

* Pressão no peito

* Queda da imunidade


Causas


Depressão é doença?


A depressão envolve uma ampla família de doenças, por isso é denominada como síndrome e, então, classificada como doença.


Há uma série de evidências que mostram alterações químicas no cérebro do indivíduo deprimido, principalmente com relação aos neurotransmissores (serotonina, noradrenalina e, em menor proporção, dopamina), substâncias que transmitem impulsos nervosos entre as células. Outros processos que ocorrem dentro das células nervosas também estão envolvidos.


O que provoca a depressão?


Ao contrário do que normalmente se pensa, os fatores psicológicos e sociais, muitas vezes, são consequência e não causa da depressão.


Vale ressaltar que o estresse pode precipitar a depressão em pessoas com predisposição, que provavelmente é genética. A prevalência (número de casos numa população) da depressão é estimada em 19%, o que significa que aproximadamente uma em cada cinco pessoas no mundo apresenta o problema em algum momento da vida.


Fatores de risco


Alguns fatores podem facilitar o aparecimento dessa patologia. Veja aqui os gatilhos mais comuns da depressão:


* Abuso: Sofrer abuso físico, sexual ou emocional pode aumentar a vulnerabilidade psicológica, agravando as chances de desenvolver a depressão.

* Medicações específicas: Alguns elementos químicos, como a Isotretinoína (usada para tratar a acne), o antiviral interferon alfa, e o uso de corticóides, podem aumentar o risco de desenvolver depressão.

* Conflitos: A depressão em alguém que já tem predisposição genética para a doença, pode ser resultado de conflitos pessoais ou disputas com membros da família e amigos.

* Morte ou perda: A tristeza ou luto proveniente da morte ou perda de uma pessoa amada, por mais que natural, pode aumentar os riscos de desenvolver depressão

* Genética: Um histórico familiar de depressão pode aumentar as chances de desenvolver a doença. Contudo, é de conhecimento científico que a depressão é complexa, o que significa que pode haver diversos genes que exercem pequenos efeitos para o surgimento da doença, ao invés de um único gene que contribui para o quadro clínico.

* Eventos grandiosos: Eventos negativos, como ficar desempregado, divorciar-se ou se aposentar, podem ser prejudiciais. Porém, até mesmo eventos positivos, como começar um novo emprego, formar-se ou se casar, podem ocasionar a depressão. Entretanto, é importante reiterar que a depressão não é apenas uma simples resposta frente a momentos estressantes do cotidiano, mas algo mais persistente.

* Problemas pessoais: Problemas como o isolamento, causado por doenças mentais, ou por ser expulso da família e de grupos sociais, também podem contribuir para o surgimento da depressão, assim como baixa autoestima.

* Doenças graves: Às vezes, a depressão pode coexistir com uma grande doença, como por exemplo, o câncer. Ou, então, pode ser estimulada pelo surgimento de um problema de saúde.

Abuso de substâncias: Aproximadamente 30% das pessoas com vícios em substâncias apresentam depressão clínica ou profunda, como álcool, cigarro, remédios e drogas ilícitas.



Tipos


Tipos de depressão


Existem diversos tipos de distúrbios de depressão. Os mais comuns são:


Episódio depressivo


Um episódio depressivo costuma ser classificado como um período de tempo em que a pessoa apresenta uma alteração em seu comportamento. Os principais sintomas são:


* Tristeza

* Falta de energia

* Falta de iniciativa

* Falta de prazer

* Alteração do sono

* Alteração do apetite*

* Pensamento lento

* Funções motoras mais lentas


Estes quadros tendem a ter uma duração mais curta, de até seis meses, sem uma intensificação dos sintomas.


Depressão profunda (Transtorno depressivo maior)


Se uma pessoa começa a ter quadros depressivos recorrentes ou mantém os sintomas de depressão por mais de seis meses com uma intensificação do quadro, pode-se considerar que ela esteja passando por uma depressão profunda (ou transtorno depressivo maior).


Normalmente o transtorno depressivo maior é um quadro mais grave e também tem grande relação com a herança genética. Nele há uma mudança química no funcionamento do cérebro, que pode ser desencadeada por uma causa física ou emocional.


Depressão bipolar


As fases de depressão dentro do transtorno bipolar também são consideradas um subtipo de depressão. Os sintomas apresentados na fase de tristeza são os mesmos de um episódio depressivo. Já nas fases de euforia, o paciente pode apresentar sintomas como:


* Agitação

* Ocupação com diversas atividades

* Obsessão com determinados assuntos

* Aumento de impulsividade

* Aumento de energia

* Desatenção

* Hiperatividade


Distimia


Distimia é uma forma crônica de depressão, porém, menos grave do que a forma mais conhecida da doença. Com a distimia, os sintomas de depressão podem durar um longo período de tempo - muitas vezes, dois anos ou mais.


O paciente com distimia costuma:


Perder o interesse nas atividades diárias normais


* Sentir-se sem esperança

* Ter baixa produtividade

* Ter baixa autoestima

* Sentir-se inadequado

* Ser excessivamente crítico

* Reclamar constantemente

* Ser incapaz de se divertir


Depressão atípica


Normalmente os quadros de depressão atípica costumam ser melancólicos, em que o paciente apresenta principalmente tristeza e pensamentos de morte, desesperança e inutilidade. Há ainda o predomínio de falta de energia, cansaço, aumento excessivo de sono e o humor apático.


Depressão sazonal


O maior exemplo de depressão sazonal são os episódios de tristeza relacionados ao inverno, que ocorrem devido à baixa exposição à luz solar.


Existem outros tipos de depressões sazonais, ligadas às épocas do ano. Por exemplo, durante as festas de final de ano em que os níveis de estresse acabam aumentando devido a pensamentos de promessas não cumpridas durante o ano e ansiedade por um novo período a vir.


Fique atento com períodos de tristeza e de desânimo que acontecem em épocas específicas - sempre que está frio ou sempre próximo de uma data, por exemplo.


Depressão pós-parto


A depressão pós-parto ocorre logo após o parto. Os sintomas incluem tristeza e desesperança. Muitas novas mães experimentam alterações de humor e crises de choro após o nascimento do bebê, que se desvanecem rapidamente. Essas mudanças de humor acontecem principalmente devido às alterações hormonais decorrentes do término da gravidez. No entanto, algumas mães experimentam esses sintomas com mais intensidade, dando origem à depressão pós-parto.


Depressão psicótica


A depressão psicótica alia os sintomas de tristeza a outros menos típicos, como delírios e alucinações. Este é considerado um tipo de depressão grave, mas costuma ser raro. No entanto, qualquer pessoa pode desenvolvê-lo e não só quem tem histórico de psicopatia na família.


Depressão na adolescência


A depressão na adolescência é caracterizada pelos mesmos sintomas da depressão profunda. A única e importante diferença é que normalmente, no lugar da tristeza, costumam apresentar irritabilidade.


No Brasil, cerca de 20% dos adolescentes entre 14 e 15 anos apresentavam depressão leve a moderada; e quase 9%, depressão grave.


Já entre os jovens de 16 e 17 anos o número de depressão grave aumenta (17,1%). E 13,5% têm depressão leve a moderada.


A depressão grave costuma ser mais comum em adolescentes com ansiedade, abuso de drogas, além de transtorno de déficit de atenção e hiperatividade.


Muitos pais acham que certas atitudes podem ser rebeldia e não sintomas de depressão na adolescência, como resistência em fazer tarefas, dificuldade em estudar e permanência excessiva no quarto.


É recomendável que a família procure orientação psiquiátrica para que seja feito um diagnóstico preciso sobre o adolescente e a possibilidade de depressão.


Se seu filho ou filha adolescente apresenta depressão, especialistas indicam aos pais para se manterem abertos a conversas e interessados em saber do dia a dia dele ou dela.


Depressão infantil


A depressão infantil é bastante semelhante à depressão na adolescência, tendo como sintomas mais comuns a irritabilidade, perda de interesse, mau humor, tristeza e isolamento.


Além dos fatores também comuns a adultos que podem levar à depressão, crianças também apresentam algumas outras causas que potencializam a doença:


* Sofrer maus tratos domésticos

* Ser vítima de bullying

* Pertencer a minorias sexuais

* Ser rejeitado por algum familiar ou amigo



Contudo, pesquisas mostram que muitas crianças que tendem a praticar bullying também sofrem de depressão; e que uma relação afetiva calorosa com os pais diminui drasticamente à predisposição à doença.


Os pais ou responsáveis devem procurar um médico psiquiátrico quando a criança apresentar principalmente:


* Tristeza profunda ou prolongada

* Desânimo persistente

* Dificuldade para realizar atividades que gostava antes

* Alterações de apetite e sono

* Frases muito pessimistas

* Dificuldade de concentração e atenção



Ao desconfiar de que há "algo errado" com a criança, procure um médico.


Entenda por que muitas crianças e adolescentes aderiram ao e como isso tem preocupado tanto os pais.


Depressão na menopausa

A depressão na menopausa nem sempre é associada à tristeza, choro compulsivo e desinteresse. Isso porque, nesta fase da vida da mulher, o transtorno depressivo costuma causar irritabilidade, cansaço, desamparo ou até mesmo por meio de outras doenças, como vaginite, gripe, herpes, gastrite e cefaleia.


Mulheres entre 35 e 50 anos, portanto, têm mais riscos de apresentarem depressão devido ao período de grandes alterações hormonais devido à chegada da menopausa. Essas mudanças podem ocasionar abalos emocionais e físicos, resultando na doença.


Vale ressaltar que a chamada "transição menopausal" é dividida em:


* Perimenopausa: declínio da função ovariana até um ano após a menopausa

* Menopausa: término da atividade ovulatória folicular e um ano de amenorréia, ou seja, sem menstruar

* Pós-menopausa: a partir de um ano sem menstruar


Além das alterações hormonais, há outros fatores específicos em mulheres que podem desencadear uma depressão:


* Relacionamento conjugal desgastado ou rompido

* Apego excessivo na criação dos filhos

* Histórico de depressão ou outros transtornos psiquiátricos na família

* Doenças clínicas

* Baixa condição socioeconômica

* Baixa escolaridade

* Perda precoce dos pais


Depressão gestacional


A depressão gestacional é realidade a mais de 70% das mulheres, que apresentam queixas de depressão durante a gravidez.


Mulheres em idade fértil (considerada hoje entre 10 e 49 anos de idade) têm duas vezes mais chances de terem episódio de depressão do que homens.


Ainda, cerca de 25% das mães que tiveram depressão pós-parto apresentavam sintomas de depressão gestacional.


Afinal, variações hormonais e estresses por conta da mudança no corpo, junto a preocupações excessivas com o fato de colocar uma criança ao mundo, podem implicar em uma maior probabilidade de transtornos mentais, como a depressão.


A depressão gestacional pode causar sintomas como insônia, ausência de apetite ou apetite excessivo, enjoo e fadiga. com queixas somáticas como insônia, falta ou ausência de apetite, enjoo, fadiga, medo, irritabilidade e redução na libido.


Esses sintomas são comuns à qualquer gestação e, portanto, vistos com normalidade - o que pode dificultar o diagnóstico da depressão na gravidez.


O tratamento correto, com acompanhamento médico, é essencial para a boa saúde da mãe e do bebê.


Buscando ajuda médica


É perfeitamente normal sentir-se triste, chateado ou infeliz com situações estressantes da vida. Contudo, pessoas com depressão experimentam essas sensações constantemente durante por anos. Isso pode interferir nos relacionamentos, trabalho e atividades diárias.


Se você apresenta os sintomas de depressão e acredita que isso esteja atrapalhando suas atividades e modo de vida, busque ajuda. Se não tratada efetivamente, a depressão pode progredir para algo mais grave, como as tentativas de suicídio.


Na consulta médica


Especialistas que podem diagnosticar a depressão são:


* Clínico geral

* Psiquiatra

* Psicólogo



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Estar preparado para a consulta pode facilitar o diagnóstico e otimizar o tempo. Dessa forma, você já pode chegar à consulta com algumas informações:


Uma lista com todos os sintomas e há quanto tempo eles apareceram


Histórico médico, incluindo outras condições que você tenha e medicamentos ou suplementos que toma com regularidade


Se possível, peça para uma pessoa te acompanhar


O médico provavelmente fará uma série de perguntas, tais como:


* Quais são seus sintomas e o quão severos eles são?

* Como estes sintomas impactam no seu dia a dia?

* Você se sente deprimido na maior parte do dia?

* Quando você começou a notar que estava depressivo?

* Você já pensou em morte ou suicídio?

* Seus sentimentos de depressão são ocasionais ou contínuos?

* O que parece aumentar sua tristeza?

* Você já passou por alguma experiência traumática?

* Você tem ou já teve outras condições de saúde física ou mental?

* Você usa algum medicamento?

* Você tem histórico familiar de depressão?


Também é importante levar suas dúvidas para a consulta por escrito, começando pela mais importante. Isso garante que você conseguirá respostas para todas as perguntas relevantes antes da consulta acabar. Para driblar a ansiedade neste momento, preparamos algumas perguntas básicas que podem te ajudar:


Qual é a causa mais provável para minha depressão?


* Existem outros fatores que podem piorar minha depressão?

* Eu preciso ver outro médico ou um psicólogo/psiquiatra?

*Que tipo de terapia pode me ajudar?

* Medicamentos podem me ajudar?

* Posso fazer algum tipo de terapia complementar?

* Além do tratamento, o que posso fazer para ajudar a diminuir minha depressão?


Não hesite em fazer outras perguntas, caso elas ocorram no momento da consulta.


Diagnóstico de Depressão


O diagnóstico é feito com base nos sintomas apresentados, em como a pessoa se apresenta fisicamente e emocionalmente no momento e em uma breve análise do seu histórico de vida e familiar.


Além disso, a depressão é classificada de acordo com a sua intensidade - leve, moderada ou grave. Portanto, o especialista precisa fazer uma avaliação para entender que condições te levam a ter depressão e como amenizá-la.


Depressão tem cura?

Depressão tem cura?

Desde que tenha sido realizado um diagnóstico correto que leve em consideração todos os fatores envolvidos, o que se pode esperar é uma melhora total do quadro depressivo.


Com os métodos de tratamento atuais, e principalmente com os fármacos de ultima geração, o prognóstico é realmente muito bom e pode, sim, afastar o paciente da depressão.


* minnhavida/Por Dr. Carlos Pires Leal/Imagem: Minha Vida







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