Decisão da Copa do Mundo neste domingo põe em ainda mais evidência os craques Messi e Mbappé, dois funcionários da família real do país, dona do Paris Saint-Germain
18 de dezembro é o Dia Nacional do Catar, o feriado que celebra a unificação do país em 1878 por Jassim bin Mohammed Al Thani, o xeque que teve 56 filhos. Estão programados 4.500 eventos, de desfiles militares a saraus literários, de exposições de arte a shows de música ao longo de todo o dia.
Mas a grande demonstração de poder do pequeno país do Oriente Médio se dará à partir das 14h (de Doha, 8h de Brasília), quando o Estádio Lusail abre seus portões para a final da Copa do Mundo. Embora seja disputada por Argentina e França, a decisão terá como protagonista dois funcionários do governo do Catar.
Placa em Doha com as imagens de Messi e Mbappé
— Foto: Gabriel Bouys/AFP via Getty Images
Messi e Mbappé, os dois gênios que chegaram à decisão como artilheiros da Copa do Mundo com cinco gols cada um, são companheiros de time no Paris Saint-Germain, clube francês que desde 2011 é propriedade da Qatar Sports Investment, braço esportivo da família real do país.
A aquisição se deu meses depois de o Catar ter assegurado o direito de ser sede da Copa do Mundo de 2022, num processo marcado por denúncias de corrupção.
A compra do PSG foi um ato do que se convencionou chamar de "sportswashing", o uso do esporte como maneira de polir a reputação de um país, ao associar sua imagem a algo positivo – como o futebol – e tentar tirar o foco de denúncias sobre o tratamento a trabalhadores imigrantes e minorias.
Ao longo da última década, o PSG fez uma série de contratações de peso, como o argentino Ángel Di María, o uruguaio Edinson Cavani e o sueco Zlatan Ibrahimovic, entre vários outros. Foi o suficiente para estabelecer uma dinastia nos campeonatos locais, mas nunca conseguiu conquistar seu grande objetivo, a Champions League.
No início da temporada 2017-2018, o Catar elevou seus investimentos no clube francês a outro patamar: primeiro tirou Neymar do Barcelona por 222 milhões de euros, na maior contratação da história do futebol, e depois pagou mais 180 milhões ao Monaco por Kylian Mbappé. Quatro anos depois, à dupla se somou a maior estrela de sua geração: Lionel Messi, a quem o Barcelona não tinha mais como remunerar.
O trio não entregou em campo o que se esperava – o título da Champions League continua uma miragem. Mas conforme a Copa do Mundo se aproximava, a presença dos galácticos no time de propriedade do Catar passou a fazer mais sentido.
Quando o mundo do futebol se estabeleceu em Doha para o Mundial, Neymar, Messi e Mbappé estavam por todos os lados: nas propagandas exibidas nas TVs e nos telões dos estádios, em outdoors e pontos de ônibus, em arranha-céus e lojas de shopping. Não há como escapar da imagem do trio durante a Copa do Mundo.
Messi e Mbappé em montagem para a Copa do Mundo — Foto: Getty Images
Para alegria da família real, dois deles sobreviveram e chegaram à final. O que levou o presidente do PSG, Nasser Al-Khelaifi, um cidadão catari muito próximo da família real do país, a deixar evidente que tem um preferido:
— Vou torcer para a França porque o PSG é de lá. Considero este país a minha segunda casa — declarou à Rádio RMC.
Em seguinte, o dirigente emendou dizendo que "também daria o título" para a Argentina por causa de seu outro funcionário, Lionel Messi, com quem está em conversas sobre renovação de contrato no PSG.
De qualquer maneira, seja qual for o campeão, Nasser Al-Khelaifi sabe que seu clube já venceu esta Copa do Mundo.
– Tenho os dois melhores jogadores do mundo.
E os dois trabalham para o Catar.
* https://ge.globo.com/futebol/copa-do-mundo/Por Martín Fernandez — Doha, Catar
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