Missa e Paixão de Cristo encerram programação da Semana Santa na Praia de Imbetiba em Macaé

Espetáculo foi promovido de quinta-feira (17) até este domingo (20) na Praia de Imbetiba; neste domingo também foi celebrada a Missa de Páscoa / Foto: Ronan Alexandre

A temporada 2025 da Paixão de Cristo foi encerrada neste domingo (20) na Praia da Imbetiba. Com direção artística e produção executiva de Aldebaran Bastos, o espetáculo emocionou o público ao retratar a história de Jesus Cristo, combinando teatro, música e efeitos visuais em uma montagem que uniu tradição, arte e fé à beira-mar.

Foto: Ronan Alexandre

Antes do espetáculo, foi celebrada a Missa de Páscoa e ação de graças pelo pastoreio de dom Luiz Antônio Lopes Ricci, presidida por ele, Dom Luiz Antônio Lopes Ricce, administrador diocesano da Diocese de Nova Friburgo. A missa foi concelebrada por vários padres de Macaé e região e também foi a despedida de dom Luiz Antônio Lopes Ricci do cargo. Ele ficou quase 5 anos na diocese e foi nomeado bispo de Itapetininga (SP).

Foto: Ronan Alexandre

“Encerramos hoje, com grande emoção e orgulho, a temporada da Paixão de Cristo aqui na Praia da Imbetiba. Este espetáculo, que faz parte do calendário cultural e afetivo da nossa cidade, é muito mais do que uma encenação: é um encontro entre fé, arte e tradição que toca o coração de todos nós. Também não poderíamos deixar de destacar a celebração da Missa de Páscoa, que trouxe ainda mais significado a este momento. Agradeço a todos os artistas, técnicos, parceiros e à população que prestigiou e participou desse evento tão especial. Que essa energia de renovação, fé e união continue nos inspirando todos os dias”, comentou a secretária de Cultura, Waleska Freire.

Foto: Ronan Alexandre

“Ver esse espetáculo tão bonito e profundo renova a nossa fé. Em tempos difíceis, essa mensagem de amor e esperança é tudo o que a gente precisa”, salientou Alzira Torres, moradora da Aroeira, que assistiu ao espetáculo. "É emocionante ver um espetáculo tão bem produzido aqui em Macaé. Figurino, iluminação, atuação… tudo de altíssimo nível. Uma verdadeira celebração”, enalteceu Roberto Souza, morador do Miramar.

Foto: Ronan Alexandre

O Produtor Executivo e Diretor Artístico Aldebaran Bastos ressaltou a importância da presença de alunos da Escola Municipal de Artes Maria José Guedes, a Emart, vinculada à Secretaria de Cultura, na encenação. "A Paixão de Cristo, além de ser um momento de emoção, é uma oportunidade para talentos locais mostrarem seu empenho, como os alunos da Emart", frisou, acrescentando a geração de emprego promovida pelo evento e a dedicação de toda a equipe, composta por 60 profissionais.

Atuação de Diogo Drosa é destaque

Diogo Drosa, ator que interpreta Jesus Cristo, contou que a atual temporada marcou sua interpretação de Jesus pela quarta vez, sendo uma vez em Maricá e três vezes em Macaé. “Com a direção de Aldebaran Bastos e Fabrício Bittencourt, tudo sempre flui mais leve. Foi incrível todo esse processo de preparação”, contou.

A tradição da Paixão de Cristo em um local democrático e aberto como a Praia de Imbetiba foi assinalada pelo ator. “A importância de manter uma tradição de fé é necessária. Só precisamos entender que o próprio Jesus não pregou religião. E sim o amor ao próximo”, expressou.

Questionado sobre se há alguma cena que o marcou particularmente, Diogo Drosa afirma que são algumas. “’O julgamento de Cristo’, o povo negando Cristo. ‘A via sacra’, Cristo sendo açoitado, e a ‘Crucificação’, Cristo sendo morto. Se transferirmos pros dias atuais, o povo e os fariseus ainda estão no meio de nós. Precisamos entender o mandamento de Jesus: ‘amai-vos uns aos outros, assim como eu vos amei’”, esmiuçou.

Para o ator, a conexão da figura de Jesus com os dilemas do mundo de hoje se dá pela necessidade da sociedade de mais amor. “Acho que muitos falam sobre Cristo, mas não entendem de fato seu dilema. Pois na ação é que podemos ver. E Cristo é amor. O espetáculo vem pra trazer esse amor e fazer a quem não entendeu entender que Cristo veio nos ensinar a amar”, classificou.

Em 2023, Diogo foi vítima de racismo ao ser escolhido para o papel de Jesus Cristo em Macaé, o que levou à criação da Lei 5028, conhecida como Lei Diogo Drosa. Ele relembra sua história na cidade. “Em 2022 , apesar de não ser da cidade, eu fui muito acolhido. Foi um ano pós pandemia, e o povo foi abraçado pelo espetáculo. Em 2023 fui convidado novamente e dessa vez sofri racismo por interpretar Jesus, e isso me deixou pra baixo. Mas mais uma vez o povo de Macaé e o prefeito Welberth Rezende me acolheram e me senti forte. E foi incrível a apresentação. Após o ocorrido ganhei nome de Lei na cidade de Macaé, Lei Diogo Drosa”, comentou, elogiando a boa energia do público na cidade.

- Sinto uma grande energia boa no ar da cidade, e também meu coração está pulando de alegria. Fico muito feliz de poder subir no palco e contar a história do nosso Jesus, trazendo junto do elenco a palavra de amor – exaltou.

Diogo Drosa é ator profissional, diretor e roteirista. Tem experiência com filmes e participações em novelas e declara sua paixão pelo palco. Ao longo de sua formação, passou por importantes instituições como o Grupo Nós do Morro, Spectaculu Escola de Arte e Tecnologia (dirigida por Marisa Ort e Gringo Cardia), OST, Instituto de Arte Tear, CIA Vida e Teatro do Ambulante.

* Texto: Jornalista Janira Braga / Comunicação Macaé.

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