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Foto do escritorJornal Esporte e Saúde

Precisa passear com cachorro todos os dias?

Se tem uma coisa mal compreendida no comportamento dos cães é o tal do passeio. Spoiler: tem, sim, que passear todos os dias com o cachorro.


Foto: Reprodução internet


Eu moro em uma casa grande, com quintal. Preciso passear com ele na rua?


A desculpa que eu mais escuto dos meus clientes é o fato de terem quintal e por isso o cão ter espaço e não precisar passear. Este equívoco super comum está relacionado ao fato de muitas pessoas ainda associarem a saída ao gasto de energia, ao exercício ou mesmo a fazer as necessidades longe de casa.


Mesmo que o cão more em uma fazenda, é importante que ele tenha a experiência de ir a outros locais, encontrar outras pessoas, animais, sentir outros cheiros. Afinal, nem a gente aguenta olhar sempre para as mesmas pessoas. Taí a quarentena para provar que precisamos socializar mais. Assim como os cães.


Benefícios do passeio


O exercício físico, como o passeio, propicia a liberação de alguns hormônios e neurotransmissores do bem-estar, como as endorfinas e serotonina. Se o exercício envolver algum desafio ou conquista, também libera dopamina. Mas não é uma voltinha no quarteirão que vai contar como esse tipo de atividade. O ideal é uma corridinha, subir e descer escadas ou mesmo brincar de bolinha (não vale dentro de casa).


Porém, o passeio vai muito além de um exercício físico. O comportamento mais importante a ser executado fora de casa é a comunicação. Cheirar a cada 10 centímetros, fazer infinitos xixis até não sair mais nenhuma gota, lamber algumas plantinhas, tudo isso faz parte do momento rede social do cão.


Eu costumo brincar que o passeio para o cão é como uma entrada no Facebook ou no Instagram para a gente. Com uma cheiradinha, o cachorro já sabe quem passou ali, como está seu emocional, o que comeu, se é castrado ou não…. São muitas informações envolvidas. Mas não basta stalkear os outros. Também é preciso postar. Por isso os infinitos xixis e até aquela raspadinha de pata na grama. Tudo isso para deixar aquele super post cheio de filtro lindo.


Para que serve o passeio


Quem diz que passeio foi feito para cansar o cachorro, não fez conta matemática. Quando passeamos muito, muito, conseguimos uma volta de duas horas por dia. Levando em consideração que o dia tem 24 horas, duas horas podem não ser grande coisa. Afinal, ele ainda tem mais, pelo menos, umas 12 horas para encontrar o que fazer.


O passeio tem muitas funções. Veja algumas dela:

  • Socializar. Quando encontra outro cachorro ou outra pessoa;

  • Estimular o olfato. Ao cheirar todas as plantas e xixis pela rua;

  • Trabalhar a musculatura intercostal e abdominal por conta de tanto cheirar (tente respirar igual cachorrinho por um minuto para ver como cansa!);

  • Treinar foco e concentração, para conseguir estar atento ao tutor e a tudo que ocorre ao redor;

  • Aprender a controlar o emocional, ao não puxar a guia;

  • Fazer pequenos treinamentos, como senta antes de atravessar ou mesmo o atender quando chamado.


Qual o melhor horário para passear?


É difícil estipular o melhor horário para o passeio, pois depende de diversos fatores, incluindo idade, tamanho do focinho, temperatura e personalidade.


Se um cachorro é mais medroso, por exemplo, o ideal é passear em horários alternativos, como bem cedinho ou final da noite, quando há menos pessoas na rua. Se o cão é braquicefálico (focinho curto) o ideal é evitar horários quentes, para que ele não tenha dificuldade respiratória.


O mais importante é sempre observar as necessidades de cada animal para poder definir a rotina que aumente o seu bem-estar.


Foto: Reprodução internet


Cachorro que puxa no passeio


Outra desculpa super comum para as pessoas não passearem é o fato do cachorro puxar a guia ou latir para outros cães. Existem algumas técnicas que podem ajudar, e muito, nessas questões. E já adianto que o segredo não é o tipo de coleira, mas o treinamento feito antes de sair de casa.


Ficou curioso? Esse assunto e muito mais você encontrará por aqui. Então não deixe de acompanhar minha nova coluna, na Petlove! Aliás, seja bem-vindo!


Por Luiza Cervenka


Luiza Cervenka é bióloga, com mestrado em Psicobiologia (comportamento animal), Pós-graduação em Jornalismo e doutoranda em Medicina Veterinária. Assina o blog Comportamento Animal do Estadão e tem quadro pet no Programa Revista da Manhã na TV Gazeta. Atende cães e gatos como Terapeuta Comportamental.



Divulgação:


Endereço: Rua do Sacramento, 207 / Imbetiba / Macaé / RJ



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