A atriz Cláudia Byspo encena a esquete “Eu Negra” \ foto: Divulgação
Começou nesta segunda-feira, dia 5, uma série de atrações do Projeto Culturafro, que visa mostrar à população de Rio das Ostras e de toda a Região, a força e a competência no âmbito da manutenção da Cultura Negra expressa na música, dança e na arte cênica. As atrações serão realizadas em diversas unidades culturais do Município e a abertura do projeto será no Teatro Popular, a partir das 19h, coma esquete teatral “Eu Negra”, coma atriz Cláudia Byspo. Além da solenidade, o público também vai poder assistir, a partir das 20h, o show “A Carne II - africanidade à flor da pele – Escrevivências”, com a cantora Cláudia Falcão. Durante o evento, vários expositores afro estarão expondo seus trabalhos no hall do Teatro.
De acordo com o produtor executivo Patrick Nunes, a ideia é captar novos talentos e criar novas oportunidades, pela soma de esforços, para formatar modelos alternativos e inovadores que venham contribuir para o desenvolvimento de ações e expressões artísticas nacionais e internacionais que visam à inclusão dos mesmos nos Grupos de Jongo, Capoeira, Teatro e Música.
“O projeto começou nesta segunda dia 5 e terá mais seis ações até o dia 21 de janeiro de 2023. A próxima será no dia 23 de setembro, também no Teatro. As demais atrações acontecem dia 8 de outubro, na Casa de Cultua; 5 de novembro, na Biblioteca Municipal; 20 de novembro, na Concha Acústica; 10 de dezembro, na Casa de Cultura; e 21 de janeiro do próximo ano, no Teatro Popular”, esclareceu Patrick.
“ESQUETE EU NEGRA” – Esse esquete navega nas palavras das letras sagradas de poemas, desenhando a memória sensorial de mulheres quilombolas de Quissamã, sacudindo a narrativa com os ventos, a tempestade e o fogo da Orixá Iansã. A apresentação deflagra a voz do feminino ecoando a resistência secular, desvelando a (in) visibilidade, promovendo as ”EU NEGRAS” como arte. Uma mutação de mulheres se apresenta no palco. A primeira, em oração, tentando entender os horrendos momentos dentro de um navio negreiro. A segunda, revoltada, que se manifesta quanto aos abusos sexuais sofridos pelos que exercem dominação racial e uma terceira, apaixonada, narrando seus momentos de amor com um rei do quilombo. Do céu, nasce a quarta, a alma de uma doce, mas firme preta velha. Do alto do morro, a quinta, uma sambista com discurso político. E, por fim, a própria atriz, que se apresenta como resultado de todas as histórias. Um diálogo franco e provocador com a plateia, que é envolvida como cúmplice, testemunha, ouvinte, parceira e, por vezes, protagonista.
Cláudia Falcão apresenta o show “A Carne II” \ foto: Divulgação
“A CARNE II - AFRICANIDADE À FLOR DA PELE – ESCREVIVÊNCIAS” – Baseado no conceito de Conceição Evaristo, onde o ato de escrever perpassa
pela experiência de vida de cada ser humano. O Show A Carne II, traz por meio de suas próprias narrativas e voz, a história de um "nós", experiências vividas por uma
multidão - de homens e, sobretudo mulheres pretas, cujas vozes são insistentemente silenciadas.
Em “Escrevivências” Claudia Falcão assume o lugar de enunciação de um “eu” coletivo, de alguém que evoca, carrega e propaga os sentimentos, as dores, as
alegrias, os gritos e os sussurros, denunciando e narrando a permanência da exclusão do povo preto em um mundo racista, escravocrata e patriarcal. O show vai contar com as participações especiais de “As Adinkras” - Thati Dias e Raquel D’Mar, Paulo Caldas, Pretidão e Nanla Bonometti.
* ASCOMTI Rio das Ostras
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