Com a primeira morte e casos confirmados em crianças, situação deve piorar nas próximas semanas. É preciso agir agora para não repetir erros do passado
Vírus monkeypox tem tempo de incubação longo e é transmitido por contato físico próximo Wikipedia Commons / NIAID (Governo dos Estados Unidos)/Divulgação
Além disso, em pelo menos quatro estados já há transmissão comunitária – quando não é possível identificar mais os “pacientes zero” da doença. São eles: São Paulo, Minas Gerais, Rio de Janeiro e Distrito Federal.
Enquanto os números devem continuar subindo rapidamente, nós estamos atrasados na tomada de medidas para conter o avanço do patógeno, de acordo com especialistas entrevistados. O primeiro registro da infecção foi feito em 9 de junho, e atualmente somos o oitavo país com mais notificações no mundo.
“O cenário no Brasil é preocupante. Se a população não for devidamente orientada e os profissionais, treinados para o devido reconhecimento e isolamento precoce dos casos, a situação pode piorar nas próximas semanas”, alerta o infectologista Leonardo Weissmann, da Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI).
O nome precisa mudar
Outro ponto importante é rever o nome da enfermidade, que pode levar a atos violentos contra os macacos e estigmatizar os infectados. Para os especialistas, a OMS errou em declarar o estado de emergência sem pensar nisso, contrariando sua própria recomendação de não associar doenças a lugares ou espécies específicas.
“Macacos não têm nada a ver com isso, apenas podem ser vítimas como nós”, aponta Ethel. Contudo, ainda não há substitutos para o nome. A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), enquanto isso, sugere usar o uso do nome do vírus, monkeypox, derivado da palavra em inglês para o mesmo animal.
Pode até dar uma disfarçada, mas não resolve o problema. De qualquer modo, fica o alerta: devemos deixar os macacos em paz. É bom lembrar que os principais vetores dessa doença, na verdade, são os roedores, e que o surto atual envolve humanos, não animais.
* Por Chloé Pinheiro \ https://saude.abril.com.br/medicina/
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